por geomundo.com.br
Parabéns, brasileiro: seu país foi promovido de “emergente” a “emergente avançado”. Para os economistas que nos colocaram nessa classe, no fim de 2009, isso significa que o Brasil oferece ao investidor boas chances de ganhar dinheiro correndo risco relativamente baixo nos próximos anos, mesmo diante de novas eventuais crises externas. Significa também mais alguns milhões ou bilhões de dólares em investimento fluindo para cá – o que beneficia todo brasileiro. Isso tudo depende, porém, de o mercado internacional concordar com a existência de países “emergentes avançados” e, mais importante ainda, que o Brasil merece estar na turma, da qual fazem parte dez nações (leia o quadro abaixo).
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Parabéns, brasileiro: seu país foi promovido de “emergente” a “emergente avançado”. Para os economistas que nos colocaram nessa classe, no fim de 2009, isso significa que o Brasil oferece ao investidor boas chances de ganhar dinheiro correndo risco relativamente baixo nos próximos anos, mesmo diante de novas eventuais crises externas. Significa também mais alguns milhões ou bilhões de dólares em investimento fluindo para cá – o que beneficia todo brasileiro. Isso tudo depende, porém, de o mercado internacional concordar com a existência de países “emergentes avançados” e, mais importante ainda, que o Brasil merece estar na turma, da qual fazem parte dez nações (leia o quadro abaixo).
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Os dois relatórios que propõem essa
nova classificação de países em desenvolvimento foram feitos pelo banco britânico
Barclays Capital. Em linhas gerais, os relatórios afirmam que os emergentes
ganharam maior peso na economia global após a crise, que os investidores agora
devem prestar mais atenção às grandes diferenças entre esses países e que um
grupo deles merece uma categoria à parte, a dos Mercados Emergentes Avançados
ou AEM, na sigla em inglês. “Os AEMs são países na direção certa para se tornar
desenvolvidos”, diz um dos autores, o economista argentino Eduardo Levy-Yeyati
(a Argentina, como a Rússia e a Venezuela, está no grupo de emergentes que
segue na direção errada, segundo o relatório).
Estar no grupo, então, é ser considerado
um quase desenvolvido. Soa bem, mas, num momento em que o Brasil padece de
certo otimismo excessivo, a melhor parte dos estudos é a que mostra o que
outros países têm de melhor que nós. Em vez de colocar o país ao lado de outros
gigantes exportadores, como Rússia e Índia, os autores preferiram nos comparar
com nações tão distintas e interessantes quanto Cingapura, Chile e Israel, que
aparecem a nossa frente por causa da estabilidade de seu ambiente de negócios e
de suas boas políticas.
Ainda não foi desta vez que
liberdades civis e direitos humanos entraram na conta: a China continua como
nossa colega de classe, embora os autores admitam que, por seu tamanho, ela
mereceria uma categoria à parte. México e Índia estariam atrás de nós, mas
melhorando rapidamente. “Destacamos um grupo de países pelos seus avanços
persistentes nas políticas relativas a finanças e crescimento estável”, diz
Levy-Yeyati.
Ele divide a autoria dos relatórios
com Piero Ghezzi, do Deutsche Bank, e Christian Broda, da Universidade de
Chicago. Mesmo bem apoiado nos currículos acadêmicos e experiência de mercado
do trio, o conceito dos emergentes avançados tem tudo para ser bem criticado.
Ele adota premissas atacáveis, como um conceito único de “avanço” e uma certeza
do aumento da influência dos emergentes, incluindo os pequenos, muito
dependentes de exportações. “Só as economias que puderem expandir seu mercado
interno conseguirão ter independência e influenciar a economia global”, diz o
economista Jan Kregel, consultor da ONU e defensor de maior regulação do
mercado financeiro (Kregel estará no Brasil nesta semana para um evento sobre a
economia latino-americana, promovido pela Fundação Getúlio Vargas e pela
Universidade de Cambridge).